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Metralhadora M60 (operada a gás).
Metralhadora é o nome que se dá à arma de fogo automática que em pouco tempo dispara numerosos projeteis de calibre inferior a 20 mm, análogos aos dos fuzis e demais armas portáteis.
A cadência estimada de tiro de uma arma automática, pode variar de 350 a 600 TPM (Tiros por minuto).
Metralhadora da Primeira Guerra Mundial (operação por recuo).
Aperfeiçoadas no final do século XIX, e principalmente depois da Primeira Guerra Mundial, as metralhadoras foram dotadas de grande precisão até 2.000 metros e armam a infantaria, os carros blindados e os aviões. Na primeira guerra mundial a França pensava que as metralhadoras não fariam diferença alguma na guerra, tal o número de soldados que possuía; assim, os franceses atacaram os alemães e logo recuaram com milhares de mortos e o dobro de feridos, sendo que ao longo dos anos as metralhadoras foram se aperfeiçoando e tornando-se ainda mais mortais.
A metralhadora mais famosa do mundo, é a MG42 usado pelo exército alemão durante a segunda guerra mundial. Para cada pessoa que um morteiro matou na segunda guerra, a MG42 foi responsável por outras 3.
MG 34 em posição de disparo (operação a gás).
A partir da década de 1870, surgiu uma competição internacional para a criação de uma arma simples, barata, confiável e que disparasse mais de um tiro de rifle por vez, de forma automática.
O engenheiro estadunidense John Gatling criou uma arma com essas especificações (e que posteriormente levou o seu nome): a metralhadora estilo Gatling (veja abaixo). A gatling possuía seis canos, cada um com uma agulha de percussão, e que giravam em torno de um eixo comum, acionadas por uma manivela.
As balas, situadas em um recipiente acima dos canos, caíam nestes; ao chegar ao topo do giro, os percussores detonavam a bala. Na parte de baixo da estrutura, havia uma abertura, por onde os estojos usados caíam.
A metralhadora de Gatling alcançava uma taxa de disparo de até 200 tiros por minuto. Mas, apesar de ter feito muito sucesso, ela não era uma arma realmente automática, pois o atirador ainda precisava girar manualmente o conjunto. As gatlings até foram usadas em umas poucas ações do século XIX (como a Guerra da Secessão), mas ficaram obsoletas antes do fim do século devido a uma outra invenção: a metralhadora estilo Maxim.
A metralhadora que satisfez aos requisitos iniciais foi inventada no início da década de 1890 por Sir Hiram Maxim. Esta possuía apenas um cano, mas era bem mais eficiente. A bala, ao ser detonada, libera energia tanto para frente (empurrando o projétil) quanto para trás (o coice). A metralhadora de Maxim usava esse coice para extrair o estojo usado, reengatilhar o percussor, capturar um cartucho fresco e posicioná-lo para o disparo. Tudo isso acontecia ininterruptamente, até que acontecessem duas coisas: (1) o estoque de cartuchos frescos acabasse ou (2) o gatilho fosse solto, o que prendia o percussor e não o deixava se projetar em direção ao cartucho.
Com uma velocidade de até 600 tiros por minuto, as metralhadoras estilo Maxim mudaram o futuro das guerras, com um mecanismo capaz de despejar, em um segundo, até dez balas sobre o inimigo.
A primeira demonstração do poder das metralhadoras veio em meados da década de 1890, no Sudão, na época, uma colônia do império Britânico. Durante uma rebelião dos colonos, alguns poucos soldados ingleses abateram, com metralhadoras, 15 mil sudaneses, estes armados com lanças e mosquetes.
Entretanto, a maior prova do poderio das metralhadoras viria entre os anos de 1914 e 1918, na Primeira Guerra Mundial. A guerra foi marcada por ações lentas, por combates quase que exclusivamente entre trincheiras. Metralhadoras eram postas, camufladas, em posições estratégicas, na defesa das trincheiras. Isso gerou um longo e sangrento impasse, que terminou com 10 milhões de mortos e 40 milhões de feridos.
Além disso, na guerra, a metralhadora se casou com três outras armas: o avião, o tanque de guerra e a pistola.
Browning M1918 "BAR" (operado a gás).
Os aviões da Primeira Guerra sempre tiveram metralhadoras, mas quase sempre, ela era colocada sobre a asa superior ou apontando para a ré. Posteriormente, o holandês Fokker criou um sistema de sincronia, que sincronizava o passo das hélices com a cadência da metralhadora, impedindo que as balas acertassem a hélice ao invés de acertarem o alvo.
O tanque, inventado pelos britânicos em 1918 recebeu algumas metralhadoras, e se tornou uma trincheira móvel, capaz de dar apoio terrestre às tropas que avançavam e ainda com a capacidade de destruir outras trincheiras. Os tanques posteriormente foram acrescidos de um canhão em sua torre principal. Os tanques com canhões foram chamados de "Male" (macho), e os que só possuíam metralhadoras foram chamados de "Female" (fêmea), sendo que as "fêmeas" quase sempre iam à frente dos "machos" para protegê-los.
A fusão da metralhadora com a pistola resultou na submetralhadora (ou metralhadora de mão), inventada pelos alemães. A submetralhadora fundia a capacidade de fogo da metralhadora com a leveza e a mobilidade da pistola, dando aos soldados uma vantagem imensurável sobre o inimigo. Entretanto, as submetralhadoras tiveram um uso bastante inexpressivo durante a Primeira Guerra. Sua popularidade apenas chegou ao ápice quando da Segunda Guerra Mundial.
A Segunda Guerra Mundial viu combates muito mais dinâmicos que aqueles da Primeira Guerra. E os exércitos agora precisavam de metralhadoras que acompanhassem esse dinamismo. Os EUA tinham uma metralhadora tipo SAW (Squad Automatic Weapon) desde a Primeira Guerra, o poderoso Browning M1918, metralhadora esta que podia ser disparada até sem estar apoiada. Os alemães desenvolveram um estilo de metralhadora que poderia ter decidido a guerra: as Maschinengewehr, cujo maior expoente é a famosa MG34. A MG 34 podia ser disparada de um bipé (para dar mais mobilidade), de um tripé (para dar um terreno mais firme) ou até à mão, em casos extremos. E ainda podia alternar de rajada automática para rajadas semi-automáticas.
As metralhadoras de defesa eram mais pesadas. Os EUA tinham a Browning M1919, de 7,62mm, e a Browning M2, de 12,7mm, esta última usada quase que apenas contra aviões. Os alemães desenvolveram a MG42, inicialmente projetada para substituir a MG 34, acabou complementando-a, e serviu como metralhadora de defesa.
Durante a Segunda Guerra, a metralhadora também foi fundida com outras duas armas: com o canhão e com o rifle (ver adiante).
Aviões leves e médios foram equipados com canhões automáticos, além das metralhadoras. Em geral, os canhões voadores tinham calibre de 20mm, mas havia exceções, como no P-39 Airacobra, que usava um canhão de 37mm, e no Hawker Hurricane, que era equipado com canhões de 40mm, para missões de ataque ao solo e caça a tanques.
Os canhões metralhadores também podiam ser usados fixos no chão, para abater aeronaves indesejáveis. Ainda assim, havia limitações para os canhões automáticos. Alguns aviões, como o Douglas C-47 Dakota, não podiam ser derrubados com balas de 20mm. Apenas projéteis acima de 70mm conseguiam derrubá-los, e então, os canhões de culatra móvel continuaram servindo como armas anti-aéreas.
Desde então, a metralhadora tem passado por vários aperfeiçoamentos, mas sempre mantendo o mesmo princípio de funcionamento. Os EUA criaram as poderosas metralhadoras Colt M60. A noruega criou a famosa FN M249 PARA, que está em ação até hoje. As metralhadoras russas, como a RPK-74 e a DP-1948 continuam em ação em grupos isolados, que as preferam devido ao seu baixo preço e alta confiabilidade.
Hoje as metralhadoras são parte vital dos arsenais de qualquer exército, e talvez demore muito tempo para se encontrar um armamento que possa finalmente tornar obsoleto o conceito da metralhadora.
Fuzil de assalto Colt M16A2 (a gás).
Em fins de 1944, os alemães apareceram no campo de batalhas com uma surpresa: o casamento entre o poder e a precisão do rifle com o fogo automático da metralhadora, o MP-44 Sturmgewehr (literalmente, "o rifle da tempestade", ou, no jargão militar, "o rifle para invasões"), que ficou conhecido entre os aliados como Assault Rifle (fuzil de assalto ou rifle de assalto), nome usado até hoje.
Os fuzis de assalto representam um salto enorme no campo bélico. Essas metralhadoras portáteis podem ser usadas como metralhadoras de mão a curtas distâncias e como fuzis poderosos a longa distância. São armas tão poderosas, que hoje são a arma principal de todos os exércitos do mundo.
Fuzil de assalto AK-47 (a gás).
A verdadeira história dos fuzis de assalto começa em 1947, com a invenção do fuzil russo Avtomat Kalashnikov AK-47, o fuzil de assalto mais famoso do mundo e uma das armas portáteis mais bem sucedidas entre as já produzidas [1], é usado até hoje graças ao seu baixo preço e sua devastadora performance. Os EUA, para não ficarem em desvantagem em relação à União Soviética, criaram então seus próprios fuzis de assalto. O primeiro deles foi o Colt AR-10. A este, seguiu-se o revolucionário Colt AR-15, a primeira arma a substituir o ferro e a madeira por alumínio e plástico.
Seguiram-se outros tipos de fuzis de assalto, como o estadunidense M16, o russo AKS-74U, o alemão HK G3, o austríaco Steyr AUG, o israelense IMI Galil e o brasileiro Imbel MD-2. Alguns fuzis se especializaram, como fuzil de precisão Barret M82, e o fuzil-metralhador francês FAMAS 5.56mm.
A partir da década de 1930, um novo tipo de metralhadora surgiu nos arsenais ao redor do mundo: a metralhadora de mão, pistola-metralhadora ou submetralhadora. Os alemães criaram as revolucionárias Maschinenpistole, cujo maior expoente foi a MP-40 Schmeisser. Os EUA também tinham sua submetralhadora, a Colt Thompson M1. Criada para a polícia, e não para o exército, os gângsteres da época logo se interessaram por ela. A Thompson ficou imortalizada ao lado de figuras como Al Capone. E ainda ganhou o apelido de Tommy Gun.
Quando estourou a guerra, a Inglaterra precisava, e urgentemente, de alguma arma que pudesse competir com as Schmeissers alemãs. A solução foi importar Thompsons dos EUA. Tal iniciativa, entretanto, se mostrou ineficaz. A Thompson era cara, e os ingleses não conseguiam importá-las na quantidade necessária. A solução foi criar uma submetralhadora própria.
Submetralhadora Colt Thompson M1A1 (operada por reação).
A solução para os britânicos foi a Sten. Apesar de feia, rústica e usando uma montagem de qualidade no mínimo duvidosa (a Sten constumava desmontar quando caía no chão), ela funcionava, e acima de tudo, era barata. Foram criadas várias versões, incluindo uma com silenciador.
O exército britânico ainda usava de outra metralhadora de mão: a metralhadora leve Bren. Criada na cidade checa de Brno, e aperfeiçoada na manufatureira inglesa Enfield (o nome da arma era a junção das duas primeiras letras desses dois nomes), a Bren não era exatamente uma submetralhadora, mas era uma metralhadora de mão, equiparável ao Browning M1918 estadunidense.
Mesmo após o final da guerra, as submetralhadoras continuam fazendo sucesso. Diversos tipos foram criados nos últimos 60 anos. Entre elas, tem-se as alemãs MP-5 e UMP-5; a israelense IMI Uzi; a belga FN P90; a austríaca Steyr TMP; a estadunidense Ingram Mac-11; e muitas outras.
Submetralhadora HK MP5 (operada a gás).
As submetralhadoras são usadas tanto pelos exércitos como pela polícia. Essas pistolas automáticas dão extrema mobilidade aos soldados que avançam, sem que eles percam poder de fogo, já que as submetralhadoras podem ser usadas onde a metralhadora não tem como chegar. E ainda são extremamente úteis na defesa, graças à sua velocidade e leveza.
[editar] O funcionamento
Atualmente, existem quatro modos de operação utilizados por diferentes metralhadoras. Eles são: operação por recuo, operação por reação, operação a gás e canos giratórios (gatling).
Operação por recuo
Na operação por recuo, tanto o cano como o percussor se movem quando do disparo da bala. A queima do propelente, ao empurrar a bala para frente, também empurra a arma para trás. Isso é o coice da arma. Esse coice, nas armas por recuo, faz o cano e o percussor recuarem um pouco, o que desencadeia uma série de ações: (1)- o cartucho usado é expulso. (2)- um cartucho fresco é retirado do pente (ou fita). (3)- o percussor se posiciona para um novo disparo. (4)- o cartucho é posicionado na entrada do cano.
A operação descrita acima só pára quando o gatilho é solto ou quando a munição acaba. A operação demora de 0,8 a 0,06 segundos para acontecer.
Operação por reação
É bastante semelhante à ação por recuo, com a diferença de que, na reação, o cano fica fixo o tempo todo, e que apenas o percussor se move.
Operação a gás
Atualmente, é a mais usada das operações. Seu funcionamento é muito semelhante ao da operação por recuo, com a diferença de que é o gás gerado pelo próprio cartucho que reengatilha a arma.
Quando a bala é disparada, ela é seguida por gases extremamente quentes e pressurizados. Esse gás encontra um pequeno cano que sai do cano principal. O cano menor leva a um pistão, o qual está ligado ao percussor.
O gás, ao encontrar o êmbolo desse pistão, o empurra para trás, empurrando o percussor junto. Ao recuar, o percussor - e a arma inteira - se preparam para o próximo disparo.
Operação por canos rotativos (Gatling)
É um modo de funcionamento totalmente diferente dos três primeiros. Cada cano possui um percussor, ligado a uma mola e a um invólucro. Quando o cano sobe, uma espiral metálica empurra o invólucro para frente (mas sem empurrar o percussor), o que tensiona a mola. A bala, então, é presa pelo invólucro quando este passa pelo ponto de extração. Quando o cano atinge o ápice do giro, a espiral acaba, e o percussor se projeta para frente. Isso dispara a bala. O cano continua girando, e quando este passa pela abertura que há na parte mais baixa da estrutura, o estojo usado cai, deixando o cano livre para receber outra bala.
Quando as metralhadoras estilo Maxim surgiram, as Gatling se tornaram obsoletas, pois estas ainda precisavam de alguém para girar o conjunto. Entretanto, após o término da Segunda Guerra, a manivela do projeto original foi substituída por um motor elétrico. As gatling alcançaram, então, cadências de mais de 4.000 tiros por minuto. Com isso, elas ganharam uma nova importância, e passaram a ser montadas tanto em aviões e helicópteros como em tanques e jipes.
Metralhadora Gatling M134 Minigun.
Posteriores aperfeiçoamentos alcançaram cadências de 6.000 tiros por minuto. Algumas gatling podem dar até 10.000 tiros por minuto. Uma das mais famosas gatling é o canhão metralhador M61 Vulcan, uma metralhadora gatling de seis canos, com calibre de 20mm, e que é a arma padrão dos caças estadunidenses.
As gatling são preferidas em aviões por um motivo simples: Devido às grandes velocidades desenvolvidas em combates aéreos hoje, tem-se a necessidade de uma arma rápida e poderosa o suficiente para derrubar um avião durante um encontro, por mais breve que este seja. Uma Vulcan pode disparar de 80 a 100 tiros por segundo, o que já é suficiente para abater qualquer caça. Essas armas são também eficientes em ataques ao solo. Graças à alta cadência da gatling, o piloto precisa ficar menos tempo apontando para o solo, tornando os ataques mais rápidos e seguros.
Mas as gatling têm seus problemas. O primeiro é a grande quantidade de munição de que uma arma assim precisa para operar. Como um caça não pode transportar muita munição de rifle, sua metralhadora se torna capaz de atirar somente durante alguns segundos, antes de parar completamente. Além disso, como uma gatling precisa estar com seus canos girando a velocidade máxima antes de disparar, o atirador precisa esperar para que os canos alcancem sua velocidade máxima antes de cuspir os projéteis. Em média, esse tempo é de 0,4 segundo, tempo este que pode decidir os rumos de uma batalha.
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